DESAFIOS DA DENGUE: TESTAGEM ESTRATÉGICA E IDENTIFICAÇÃO DE FOCOS URBANOS DO AEDES AEGYPTI

DESAFIOS DA DENGUE: TESTAGEM ESTRATÉGICA E IDENTIFICAÇÃO DE FOCOS URBANOS DO AEDES AEGYPTI

A dengue é uma doença viral transmitida principalmente pelo mosquito Aedes aegypti, e é um problema de saúde pública global, afetando milhões de pessoas a cada ano. A doença é endêmica em mais de 100 países, principalmente em regiões tropicais e subtropicais. Estima-se que anualmente ocorram cerca de 390 milhões de infecções por dengue em todo o mundo, sendo que aproximadamente 96 milhões desses casos apresentam manifestações clínicas de gravidade variável, desde sintomas leves até formas mais graves da doença, como a dengue hemorrágica.

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registrou nas quatro primeiras semanas de 2024 mais de 217 mil casos de dengue, um aumento de mais de 300% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram notificados 65.366 casos. O número de mortes pela doença também subiu de 41 em 2023 para 15 em 2024, e outros 149 óbitos estão em investigação. Em 2019, o país viveu uma das maiores epidemias de dengue da sua história, com mais de 2,2 milhões de casos e 986 mortes. Em 2020, houve uma redução significativa dos casos, com cerca de 971 mil notificações e 528 óbitos. Em 2021, os casos voltaram a crescer, com mais de 1,4 milhão de registros e 643 mortes. Em 2022, os casos diminuíram novamente, com cerca de 1,1 milhão de notificações e 441 óbitos. 

A projeção do aumento de casos da doença se deve a fatores como a combinação entre calor excessivo e chuvas intensas (possíveis efeitos do El Niño) e ao ressurgimento recente dos sorotipos 3 e 4 do vírus da dengue no Brasil. Esses sorotipos são mais agressivos e podem causar formas mais graves da doença.

A incidência de dengue no Brasil varia ao longo dos anos, dependendo das condições climáticas, ambientais, sociais e de controle do mosquito. O Aedes aegypti é o principal vetor da dengue, além de transmitir outras doenças virais, como zika, chikungunya e febre amarela urbana. Este mosquito possui hábitos diurnos e se reproduz em áreas com água parada, como recipientes descartados, pneus velhos, vasos de plantas e até mesmo em pequenas poças d’água. É importante destacar que os ovos do Aedes aegypti podem resistir por meses em condições secas e eclodir quando entram em contato com a água, contribuindo para a disseminação da doença.

A prevenção da dengue depende da eliminação dos criadouros do mosquito. Além disso, é importante usar repelentes, roupas que cubram a pele e telas nas janelas para evitar as picadas. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado também são fundamentais para evitar as complicações da doença. Além dos locais óbvios de reprodução do mosquito, como recipientes descartados e vasos de plantas, existem outros focos de infestação que podem passar despercebidos nas áreas urbanas. Entre eles, destacam-se as caixas d’água mal vedadas, ralos de banheiro e escoamento de água de ar-condicionado, calhas entupidas, bandejas de geladeira e bebedouros de animais. Portanto, é fundamental realizar uma vistoria regular em nossos ambientes domésticos e comunitários para identificar e eliminar potenciais criadouros do mosquito Aedes aegypti.

Em dezembro de 2023, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação da vacina da dengue Qdenga ao Sistema Único de Saúde (SUS). A vacina é indicada para pessoas de 10 a 14 anos que já tiveram dengue anteriormente e que vivem em áreas endêmicas. A vacinação começou em fevereiro de 2024 e abrange cerca de 500 municípios em 16 estados. A vacina tem eficácia de 80% contra os quatro sorotipos da dengue e pode reduzir os casos graves e as mortes pela doença.

A testagem é crucial para o diagnóstico precoce e oportuno da dengue. Existem vários métodos de diagnóstico disponíveis, incluindo testes sorológicos para detecção de anticorpos específicos e testes moleculares para detecção do material genético viral. A identificação precoce dos casos de dengue permite o manejo clínico adequado dos pacientes, além de contribuir para a vigilância epidemiológica e o controle da doença.

Em suma, a dengue continua sendo um desafio de saúde pública em todo o mundo, exigindo esforços contínuos de prevenção, controle e conscientização. A testagem precoce e a identificação de focos de infestação do mosquito são estratégias fundamentais para o combate eficaz dessa doença.

Referências Bibliográficas:

World Health Organization (WHO). Dengue and severe dengue. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/dengue-and-severe-dengue

Ministério da Saúde (Brasil). Dengue: diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança. Disponível em:  https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/dengue_diagnostico_manejo_clinico_adulto_crianca.pdf

Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Dengue. Disponível em: https://www.cdc.gov/dengue/index.html

BRASIL. Ministério da Saúde. Dengue. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/dengue. 

Número de casos de dengue em 2024 mais que triplica em relação ao mesmo período de 2023. G1, 30 jan. 2024. Disponível em: https://g1.globo.com/saude/noticia/2024/01/30/numero-de-casos-de-dengue-em-2024-e-quase-o-triplo-do-registrado-no-mesmo-periodo-do-ano-passado.ghtml. 

Nos primeiros cinco meses do ano, Brasil já registra metade do total de mortes por dengue de 2022. G1, 23 maio 2023. Disponível em: https://g1.globo.com/saude/noticia/2023/05/23/nos-primeiros-cinco-meses-do-ano-brasil-ja-registra-metade-do-total-de-mortes-por-dengue-de-2022.ghtml. 

Incidência da dengue no Brasil aumenta 600% em um ano. UOL Notícias, 11 set. 2019. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-brasil/2019/09/11/em-um-ano-incidencia-da-dengue-no-pais-aumenta-600.htm. 

Casos de dengue no Brasil crescem 43,9% em 2022, segundo Ministério da Saúde. CNN Brasil, 22 mar. 2022. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/casos-de-dengue-no-brasil-crescem-439-em-2022-segundo-ministerio-da-saude/.

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