PREVALÊNCIA E PECULIARIDADES DA DOENÇA CORONARIANA EM MULHERES

PREVALÊNCIA E PECULIARIDADES DA DOENÇA CORONARIANA EM MULHERES

A doença coronariana (DAC) é uma das principais causas de morte em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 17,9 milhões de pessoas morreram de doenças cardiovasculares em 2016, o que representa 31% de todas as mortes no mundo. Estima-se que 80% das mortes por doença coronariana ocorram em países de baixa e média renda.

A DAC é uma condição médica na qual as artérias coronárias que fornecem sangue ao músculo cardíaco (miocárdio) ficam estreitadas ou bloqueadas devido ao acúmulo de placas de gordura (aterosclerose), podendo levar a uma diminuição do fluxo sanguíneo para o coração, o que pode resultar em angina e, em casos graves, um ataque cardíaco (infarto do miocárdio). Vale ressaltar que a DAC pode ter uma variedade de sintomas, no entanto, em alguns casos, a doença pode ser assintomática, especialmente em mulheres e idosos.

Os principais fatores de risco incluem idade avançada, histórico familiar da doença, hipertensão arterial, colesterol elevado, diabetes, obesidade, sedentarismo, tabagismo e estresse. E o tratamento pode incluir mudanças no estilo de vida, como adotar uma dieta saudável, fazer exercícios físicos regularmente, parar de fumar e controlar o estresse, bem como o uso de medicamentos para controlar os fatores de risco e reduzir o risco de complicações. Em casos graves, podem ser necessários procedimentos médicos, como angioplastia ou cirurgia de bypass coronariano, para restabelecer o fluxo sanguíneo adequado ao coração.

Embora a doença coronariana seja frequentemente associada aos homens, ela também é uma importante causa de morbidade e mortalidade em mulheres, sendo responsável por cerca de um terço de todas as mortes em mulheres em todo o mundo e podendo afetar as mulheres em todas as idades, incluindo aquelas com menos de 50 anos. Sendo seu risco influenciado por fatores de risco como hipertensão arterial, colesterol elevado, tabagismo e obesidade. No Brasil, a doença é responsável por cerca de 30% das mortes femininas por doenças cardiovasculares.

Um estudo realizado pelo National Heart, Lung and Blood Institute (NHLBI) nos Estados Unidos revelou que 26% das mulheres morrem um ano após sofrerem um infarto agudo do miocárdio (IAM), em comparação com 19% dos homens. Essa discrepância pode ser atribuída a diversos fatores, como a idade avançada no momento do diagnóstico, sintomas atípicos e a influência do hormônio estrogênio. Estudo também apontam que mulheres que passam pela menopausa precoce (antes dos 45 anos) têm um risco maior de doença coronariana. Outros estudos demonstram também que mulheres que têm diabetes têm um risco maior de DAC do que homens com diabetes.

Deste modo, é necessário aumentar a conscientização sobre a DAC em mulheres e a importância da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado, a fim de reduzir a morbidade e a mortalidade causadas por essa doença. É importante que as mulheres estejam cientes dos fatores de risco e adotem medidas para prevenir a doença, e que os profissionais de saúde estejam alertas para os sintomas da doença em mulheres e realizem exames de diagnóstico precocemente. Com uma abordagem multidisciplinar, é possível reduzir significativamente a morbimortalidade da doença coronariana em mulheres.

Referências:

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