O Hormônio Anti-Mülleriano (AMH) como Biomarcador de Reserva Ovariana: Implicações na Saúde Reprodutiva e Fertilidade

O Hormônio Anti-Mülleriano (AMH) como Biomarcador de Reserva Ovariana: Implicações na Saúde Reprodutiva e Fertilidade

O hormônio antimülleriano (AMH) surgiu como um biomarcador crucial para avaliar a reserva ovariana e a saúde reprodutiva. Produzido por células da granulosa de folículos pré-antrais e pequenos folículos antrais, o AMH reflete com precisão o tamanho do pool de folículos antrais e dos folículos primordiais restantes. A medição do AMH tem se tornado uma ferramenta crucial na prática clínica para prever a resposta ovariana à estimulação hormonal em tratamentos de fertilização assistida (IVF) e para avaliar o envelhecimento ovariano (Broer et al., 2014; Jamil et al., 2016).

Os níveis de AMH variam significativamente entre mulheres da mesma idade, permitindo a previsão da expectativa de vida reprodutiva, devido à sua correlação direta com o número de folículos antrais, que diminui com a idade. (Broer et al., 2014). Isso torna o AMH uma medida mais estável ao longo do ciclo menstrual em comparação com outros marcadores, como o hormônio folículo-estimulante (FSH) e o estradiol, que podem variar significativamente ao longo do mês (La Marca & Volpe, 2006). Além disso, estudos indicam que o AMH apresenta declínio gradual com o avanço da idade, o que reflete o declínio da fertilidade feminina e o início da transição para a menopausa (Kelsey et al., 2011). Dessa forma, ele é utilizado não só para prever a reserva ovariana, mas também como um indicador de possíveis problemas de fertilidade futura.

Como o marcador mais precoce do declínio da reserva ovariana, o AMH tem diversas aplicações clínicas, incluindo tratamento de infertilidade, diagnóstico de disfunção ovariana e monitoramento de tratamentos gonadotóxicos (Jamil et al., 2016; Iwase et al., 2016). Ele desempenha um papel na patogênese de distúrbios menstruais e problemas de fertilidade na obesidade e na síndrome dos ovários policísticos (Rzeszowska et al., 2016).

A avaliação do AMH é particularmente útil em mulheres que apresentam dificuldades em engravidar, especialmente em contextos de infertilidade inexplicada ou de disfunções ovulatórias. Um nível baixo de AMH pode sugerir uma reserva ovariana reduzida, o que pode impactar negativamente as chances de sucesso em tratamentos de reprodução assistida. Em contrapartida, níveis elevados de AMH podem estar associados à síndrome dos ovários policísticos (SOP), uma condição que envolve anovulação crônica e excesso de folículos pequenos, levando à irregularidade menstrual e problemas de fertilidade (Pigny et al., 2003). Nesses casos, o monitoramento do AMH também auxilia no ajuste de protocolos de estimulação ovariana, evitando o risco de hiperestimulação ovariana.

Além do contexto da fertilidade, o AMH também tem implicações importantes na saúde reprodutiva em geral. Em mulheres jovens com condições como falência ovariana precoce (FOP), o AMH pode fornecer uma estimativa precoce da perda da função reprodutiva, ajudando na tomada de decisões sobre tratamentos de preservação de fertilidade, como a criopreservação de oócitos (de Vet et al., 2002). De fato, o uso clínico do AMH permite uma abordagem mais personalizada no manejo da saúde reprodutiva feminina, ajustando tratamentos e expectativas com base no perfil individual da reserva ovariana.

O uso do AMH como biomarcador de reserva ovariana está em constante evolução. Novas pesquisas exploram a aplicabilidade do AMH em diferentes contextos, como a avaliação do impacto de tratamentos de câncer sobre a função ovariana em mulheres jovens. Esses tratamentos, que muitas vezes afetam negativamente a fertilidade, podem ser monitorados por meio de medições regulares de AMH, permitindo uma estimativa mais precisa da reserva ovariana remanescente após a quimioterapia ou radioterapia (Anderson & Cameron, 2011).

 

ichroma AMH e AFIAS AMH – Um simples exame de sangue para medir o hormônio anti-Mülleriano – marcador ideal de reserva ovariana em mulheres.

ichroma AMH e AFIAS AMH são imunoensaios fluorescentes (FIA) para determinação para a determinação quantitativa de AMH em sangue total*/soro/plasma no AFIAS e em soro/plamas no ichroma com um range de detecção de 0,02 – 15 ng/mL.

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Referências:

ANDERSON, Richard A.; CAMERON, David A. Pretreatment serum anti-müllerian hormone predicts long-term ovarian function and bone mass after chemotherapy for early breast cancer. The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, v. 96, n. 5, p. 1336-1343, 2011.

BROER, Simone L. et al. Anti-Müllerian hormone: ovarian reserve testing and its potential clinical implications. Human reproduction update, v. 20, n. 5, p. 688-701, 2014.

DE VET, Annemarie et al. Antimüllerian hormone serum levels: a putative marker for ovarian aging. Fertility and sterility, v. 77, n. 2, p. 357-362, 2002.

IWASE, Akira et al. Anti-Müllerian hormone as a marker of ovarian reserve: What have we learned, and what should we know?. Reproductive medicine and biology, v. 15, p. 127-136, 2016.

JAMIL, Zehra et al. Anti‐Mullerian hormone: above and beyond conventional ovarian reserve markers. Disease markers, v. 2016, n. 1, p. 5246217, 2016.

KELSEY, Thomas W. et al. A validated model of serum anti-müllerian hormone from conception to menopause. PloS one, v. 6, n. 7, p. e22024, 2011.

LA MARCA, Antonio; VOLPE, Annibale. Anti‐Müllerian hormone (AMH) in female reproduction: is measurement of circulating AMH a useful tool?. Clinical endocrinology, v. 64, n. 6, p. 603-610, 2006.

PIGNY, P. et al. Serum anti-Mullerian hormone as a surrogate for antral follicle count for definition of the polycystic ovary syndrome. The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, v. 91, n. 3, p. 941-945, 2006.

RZESZOWSKA, Marzena et al. Anti-Müllerian hormone: a critical factor for female fertility and reproductive health. Ginekologia polska, v. 87, n. 7, p. 532-537, 2016.

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