HISTÓRIA DA VARÍOLA E O SURTO ATUAL
HISTÓRIA DA VARÍOLA E O SURTO ATUAL
A origem da varíola ainda é muito discutida e controversa, os primeiros relatos da doença ocorrem a partir da era cristã, principalmente a partir do século IV. A doença tornou-se mais evidente com a grande concentração de pessoas e o surgimento de grandes cidades.
Essa doença foi introduzida no continente americano pelos europeus, durante a colonização, onde o primeiro caso da doença ocorreu em 1507, importado da Espanha. Em muitos países, a sua disseminação estava estritamente relacionada com o tráfico de escravos e, em todo o continente, os povos nativos foram duramente atingidos, inclusive com a extinção de alguns deles.
O vírus da varíola pertence à família Poxviridae, subfamília Chordopoxvirinae, e gênero ortoxivírus. O contágio se dá, na grande maioria das vezes, pela inalação de gotículas contendo o vírus em suspensão, eliminadas pela mucosa oral, nasal ou faríngea dos pacientes com a doença e o início dos sintomas é abrupto, podendo acarretar febre muito alta, cefaléia, calafrios, dores nas costas, com duração de dois a quatro dias, surgindo a seguir a erupção.
A vacina antivariólica foi desenvolvida em 1796, pelo médico Edward Jenner, na Inglaterra e o último caso de varíola endêmica ocorreu na Somália em 1977, e a erradicação da doença foi declarada em 1980, isso se deu graças ao sucesso das campanhas de vacinação.
O Brasil criou em 1962 um órgão público federal voltado especificamente para o controle da varíola que, durante os anos de 1966 a 1971, coordenou a organização e execução de campanhas de vacinação em massa em todos os municípios. Em 1971 os casos da doença chegaram a zero no país e, dois anos depois, recebeu a certificação pela OMS de país livre da doença.
2022 – A “VARIÓLA DO MACACO”
O “Varíola do Macaco” é um ortopoxvírus geneticamente distinto de outros membros da família Poxviridae, incluindo do vírus da varíola. Seu nome se deve a descoberta inicial do vírus em macacos em um laboratório dinamarquês em 1958.
A doença foi identificada pela primeira vez em humanos em 1970 na República Democrática do Congo, em um menino de 9 anos que vivia em uma região onde a varíola havia sido erradicada há 9 meses. Desde 1970, foram registrados casos humanos da doença em dez países africanos. No início de 2003, também foram confirmados casos nos Estados Unidos, os primeiros fora do continente africano.
A transmissão ocorre principalmente por gotículas respiratórias e, tradicionalmente, é transmitida por contato direto ou indireto com sangue, fluidos corporais, lesões na pele ou mucosas de animais infectados. Clinicamente, essa doença é semelhante à varíola; entretanto, as lesões cutâneas ocorrem com mais frequência em surtos e pode ocorrer linfadenopatia.
O surto atual de varíola dos macacos foi confirmado em mais de 15 países e várias regiões do mundo, mas ainda pode ser controlado e a OMS garantiu que o risco de transmissão é baixo.
Dados prévios indicam que a vacina contra varíola é pelo menos 85% eficaz na prevenção da varíola símia. Porém, com a erradicação da doença em 1980, a vacinação foi interrompida e, hoje, pessoas com 50 anos ou menos podem estar mais suscetíveis, uma vez que não tomaram essa vacina. A prevenção e o controle dependem da conscientização das comunidades e da educação dos profissionais de saúde para prevenir a infecção e interromper a transmissão.
Referências:
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