DEFICIÊNCIA DE FERRITINA: A IMPORTÂNCIA DA DOSAGEM PARA O DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA ANEMIA

DEFICIÊNCIA DE FERRITINA: A IMPORTÂNCIA DA DOSAGEM PARA O DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA ANEMIA

A deficiência de ferritina é uma condição médica que ocorre quando os níveis de ferritina no organismo estão abaixo dos valores adequados. A ferritina é uma proteína responsável por armazenar e liberar ferro conforme necessário. Quando os níveis de ferritina estão baixos, isso pode levar à anemia, uma condição em que há uma redução na quantidade de glóbulos vermelhos saudáveis no sangue. Em pacientes com anemia, a dosagem de ferritina fornece informações importantes sobre a disponibilidade de ferro no organismo e ajuda a determinar se a anemia é causada por deficiência de ferro.

Segundo Smith (2018), a medição da ferritina é amplamente utilizada na prática clínica como um marcador confiável da reserva de ferro no organismo. Níveis baixos de ferritina estão frequentemente associados à deficiência de ferro e podem indicar a necessidade de suplementação ou terapia com ferro. Por outro lado, níveis elevados de ferritina podem ser um indicador de sobrecarga de ferro, como na hemocromatose.

Além disso, a dosagem de ferritina também pode auxiliar na diferenciação entre diferentes tipos de anemia. A anemia por deficiência de ferro é uma das causas mais comuns de anemia e é caracterizada por níveis reduzidos de ferritina. Por outro lado, em certas doenças crônicas, como a anemia da doença renal crônica, a ferritina pode estar elevada devido a distúrbios no metabolismo do ferro.

A deficiência de ferro progride gradualmente e pode ser dividida em três estágios: depleção dos estoques de ferro, deficiência de ferro na produção de células sanguíneas e anemia ferropênica. A anemia e níveis baixos de ferritina sérica abaixo de 12 ng/mL são indicativos do diagnóstico de anemia ferropênica. No entanto, a ferritina é uma proteína que pode aumentar em situações de infecção, inflamação ou câncer, mesmo na presença de deficiência de ferro. Os valores mínimos de ferritina para o diagnóstico de deficiência de ferro variam dependendo da doença subjacente. Por exemplo, pacientes com doença renal crônica dialítica, artrite reumatoide ou hepatopatia apresentam valores de ferritina sérica abaixo dos quais a maioria deles tem deficiência de ferro: menos de 100 ng/mL, menos de 70 ng/mL e menos de 50 ng/mL, respectivamente. Uma história clínica detalhada, exames físicos e a medição da proteína C reativa (PCR) podem ajudar a confirmar a presença de uma infecção ou inflamação concomitante. A combinação de PCR normal, anemia com características de células vermelhas pálidas e pequenas, e ferritina inferior a 30 ng/mL praticamente confirma o diagnóstico de anemia ferropênica. No entanto, em pacientes com anemia causada por uma doença crônica, a presença de anemia e níveis elevados de PCR também sugere deficiência de ferro, independentemente do valor da ferritina, que geralmente está dentro da faixa normal ou aumentada. Nesses casos, a medição do receptor solúvel da transferrina, se disponível, pode ajudar a confirmar essa associação se estiver elevada.

O tratamento da deficiência de ferritina e da anemia envolve a reposição de ferro e o aumento dos níveis de ferritina no organismo. Isso pode ser feito por meio de mudanças na dieta, incluindo alimentos ricos em ferro, ou por suplementação de ferro sob prescrição médica. No entanto, é fundamental estabelecer a causa da deficiência de ferritina, pois o tratamento varia dependendo do diagnóstico específico. Além disso, o acompanhamento regular dos níveis de ferritina por meio da dosagem é essencial para monitorar a eficácia do tratamento e evitar complicações.

Em resumo, a dosagem de ferritina desempenha um papel crucial na avaliação da anemia, permitindo a identificação da deficiência de ferro como uma das principais causas. Com base nos níveis de ferritina, é possível determinar a abordagem terapêutica adequada, seja por meio de suplementação de ferro ou investigação de possíveis causas subjacentes. Uma deficiência não tratada pode levar a complicações sérias e afetar negativamente a qualidade de vida. Além da anemia, essa condição pode resultar em fadiga crônica, dificuldade de concentração, fraqueza muscular, palidez, problemas cardíacos e diminuição da imunidade. Por isso, é essencial buscar ajuda médica assim que surgirem sintomas sugestivos de deficiência de ferritina, a fim de iniciar o tratamento apropriado o mais cedo possível, essa medida é fundamental para garantir um manejo efetivo e personalizado da anemia, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

Referências:

American Society of Hematology. Anemia. Disponível em: https://www.hematology.org/education/patients/anemia.

National Heart, Lung, and Blood Institute. Iron-deficiency Anemia. Disponível em: https://www.nhlbi.nih.gov/health-topics/iron-deficiency-anemia.

Smith, J. Ferritin Measurement in Clinical Practice. Laboratory Medicine, v. 49, n. 2, p. e18-e20, 2018. DOI: 10.1093/labmed/lmy002.

FARIA, Ana Carolliny Fernandes et al. Avaliação da presença de anemia e de deficiência de ferritina em crianças. RBAC, v. 49, n. 4, p. 365-70, 2017.

CANÇADO, Rodolfo D.; CHIATTONE, Carlos S. Anemia ferropênica no adulto: causas, diagnóstico e tratamento. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, v. 32, p. 240-246, 2010.

Cook JD. Diagnosis and management of iron-deficiency anaemia. Best Pract Res Clin Haematol. 2005;18(2):319-32.

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