A IMPORTÂNCIA DOS BIOMARCADORES DE TROPONINA I E T NO DIAGNÓSTICO DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

A IMPORTÂNCIA DOS BIOMARCADORES DE TROPONINA I E T NO DIAGNÓSTICO DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

A importância dos biomarcadores de troponina I e T no diagnóstico de infarto agudo do miocárdio (IAM) está bem estabelecida. Esses biomarcadores desempenham um papel crucial no diagnóstico e tratamento rápidos, pois são indicadores altamente sensíveis e específicos de necrose miocárdica. Eles também demonstraram ser superiores a outros marcadores, como a creatina quinase (CK) e sua isoenzima MB (CK-MB). Além disso, o desenvolvimento de ensaios de troponina altamente sensíveis aumentou a sensibilidade e a precisão do diagnóstico de IAM, particularmente nos estágios iniciais da condição. Essas descobertas ressaltam a importância dos biomarcadores de troponina I e T no diagnóstico e prognóstico do IAM.

O IAM é a principal causa de mortes no Brasil, com uma estimativa de 300 mil a 400 mil casos anuais, resultando em um óbito a cada 5 a 7 casos. A mortalidade por IAM no Brasil é alarmante, registrando 95.550 óbitos, dos quais 59,19% ocorreram em homens e 40,80% em mulheres. As regiões com maior incidência de IAM foram o Sudeste, seguido pelo Nordeste. Em termos de cor/raça, a maioria dos casos foi registrada em pessoas brancas (56,49%), seguidas por pardas (37,72%), pretas (4,45%), amarelas (1,3%) e indígenas (0,04%).

As troponinas são proteínas reguladoras da contração muscular e são compostas por três subunidades: troponina C, troponina I e troponina T. A troponina I (cTnI) e a troponina T (cTnT) são específicas do músculo cardíaco e não são encontradas em outros tipos de músculo, o que as torna excelentes biomarcadores para lesão miocárdica. Em condições normais, estas proteínas estão presentes no sarcoplasma das células miocárdicas, mas, em caso de dano ao miocárdio, como ocorre no IAM, são liberadas na circulação sanguínea.

A liberação de troponinas no sangue é um indicador direto de necrose miocárdica. Durante um IAM, a interrupção do fluxo sanguíneo coronariano resulta em hipóxia e morte celular, levando à ruptura da membrana celular dos cardiomiócitos e subsequente liberação de troponinas. A elevação dos níveis de cTnI e cTnT pode ser detectada no sangue poucas horas após o início dos sintomas isquêmicos, atingindo um pico em 12-24 horas e permanecendo elevados por até 14 dias.

Os ensaios de troponina de alta sensibilidade (hs-TnI e hs-TnT) têm revolucionado o diagnóstico do IAM permitindo a detecção de níveis extremamente baixos de troponina no sangue. A alta sensibilidade desses testes proporciona um diagnóstico precoce e preciso, melhorando significativamente a triagem de pacientes com dor torácica na sala de emergência. Estudos demonstram que a combinação de hs-TnI ou hs-TnT com a avaliação clínica melhora a capacidade de estratificação de risco, permitindo uma rápida decisão sobre a melhor conduta terapêutica a ser seguida.

Vale também ressaltar que cTnI e cTnT sejam altamente específicas para o músculo cardíaco, há diferenças sutis em suas aplicações clínicas. Alguns estudos sugerem que cTnI pode ser mais específica para o dano miocárdico puro, enquanto cTnT pode ser detectada em outras condições patológicas, como doenças renais crônicas, devido à sua eliminação renal. No entanto, ambas as troponinas são consideradas equivalentes na prática clínica para o diagnóstico de IAM. A interpretação das cTnT e cTnI depende do tempo desde o início da dor no peito. A sensibilidade de ambos os marcadores aumenta de 10-45% dentro de 1 hora para mais de 90% em 8 ou mais horas. A especificidade do cTnT diminui de 87% para 80% entre 1 e 12 horas, enquanto a do cTnI permanece em cerca de 95%. Após o início da dor no peito, a porcentagem de valores de cTnT acima de 0,1 ng/mL sobe de 54,5% em 1 hora para 94,9% em 7-36 horas. Os testes de troponina são eficazes para descartar IAM se negativos 8 ou mais horas após o início da dor no peito. No entanto, essas taxas de sensibilidade e especificidade são baseadas em estudos com pacientes de alta probabilidade pré-teste, então podem não se aplicar a outras populações.

A medição de troponinas não só facilita o diagnóstico de IAM, mas também fornece informações prognósticas valiosas. Níveis elevados de troponina estão associados a um pior prognóstico a longo prazo, incluindo um maior risco de mortalidade e eventos cardíacos adversos maiores. Assim, a avaliação serial de troponinas é útil não apenas para confirmar o diagnóstico inicial, mas também para monitorar a evolução da lesão miocárdica e ajustar as estratégias terapêuticas conforme necessário.

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