IMPACTOS DA SAÚDE MENTAL NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA E ESTRATÉGIAS DE PROMOÇÃO DO BEM-ESTAR

IMPACTOS DA SAÚDE MENTAL NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA E ESTRATÉGIAS DE PROMOÇÃO DO BEM-ESTAR

A saúde mental é um aspecto fundamental do bem-estar geral e desempenha um papel central na capacidade das pessoas de funcionar em suas comunidades, no trabalho e nas relações interpessoais. Contudo, a sociedade contemporânea enfrenta desafios crescentes em relação à saúde mental devido a fatores como estresse econômico, mudanças climáticas, desigualdades sociais e os efeitos prolongados da pandemia de COVID-19.

Transtornos mentais, como depressão e ansiedade, são algumas das principais causas de incapacidade global, afetando centenas de milhões de pessoas. Em 2020, estima-se que os casos de depressão e ansiedade aumentaram em mais de 25% apenas no primeiro ano da pandemia, exacerbados por isolamento social, perdas econômicas e incertezas. Ainda assim, apenas uma fração das pessoas afetadas tem acesso a cuidados de saúde mental eficazes. A falta de serviços especializados é especialmente aguda em países de baixa renda, onde apenas 12% das pessoas com psicose recebem tratamento adequado, em comparação com 70% em países de alta renda.

As consequências da negligência à saúde mental são amplas, incluindo impactos econômicos significativos. Estudos indicam que transtornos mentais não tratados reduzem a produtividade no trabalho e aumentam os custos de saúde, criando um ciclo de pobreza e exclusão social. Além disso, o estigma associado a esses transtornos ainda impede muitas pessoas de buscar ajuda, perpetuando um problema que poderia ser prevenido ou tratado.

A saúde mental nas Américas enfrenta desafios significativos. Quase um terço dos anos vividos com deficiência (YLD) e um quinto dos anos ajustados por incapacidade (DALYs) estão associados a doenças mentais, neurológicas, uso de substâncias e suicídio. Os transtornos depressivos e de ansiedade estão entre as principais causas de deficiência na região, agravados durante a pandemia da COVID-19, quando os casos de depressão e ansiedade aumentaram 35% e 32%, respectivamente, em 2020. O consumo de álcool contribui para 5,5% de todas as mortes, com as Américas ocupando o segundo lugar no mundo em consumo per capita. Além disso, o suicídio é uma preocupação crescente, com quase 100 mil mortes anuais, e a taxa ajustada por idade aumentou 17% entre 2000 e 2019. Apesar da alta prevalência, 80% das pessoas com transtornos mentais graves não recebem tratamento adequado. Em 2020, 65% dos países relataram interrupções nos serviços de saúde mental devido à pandemia, embora esse número tenha caído para 14% no início de 2023​

A promoção da saúde mental requer uma abordagem intersetorial, envolvendo não apenas o sistema de saúde, mas também políticas educacionais, sociais e econômicas. Estratégias bem-sucedidas incluem o fortalecimento dos serviços comunitários de saúde mental, a integração da saúde mental aos cuidados primários e a implementação de programas de prevenção. Por exemplo, intervenções baseadas em escolas e locais de trabalho têm demonstrado eficácia na redução do estresse e no aumento da resiliência. Além disso, ações que promovam a inclusão e a equidade social, como o combate ao estigma e a discriminação, são cruciais para melhorar o acesso aos serviços e reduzir as disparidades.

O Plano de Ação Integral de Saúde Mental 2013–2030, coordenado pela OMS, é um exemplo de iniciativa global voltada para a transformação do setor. Ele prioriza investimentos em políticas baseadas em evidências, fortalecimento de sistemas de informação e promoção de serviços que sejam acessíveis e de qualidade. Essas estratégias precisam ser acompanhadas de liderança política comprometida e envolvimento ativo de pessoas afetadas por transtornos mentais para garantir que suas necessidades sejam atendidas de forma holística e digna.

Por fim, promover a saúde mental na sociedade contemporânea é essencial não apenas para melhorar a qualidade de vida individual, mas também para alcançar o desenvolvimento sustentável e reduzir as desigualdades globais. A saúde mental deve ser vista como um pilar fundamental de políticas públicas e iniciativas comunitárias.

 

REFERÊNCIAS

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚE. Saúde mental deve estar no topo da agenda política pós-COVID-19, diz relatório da OPAS. 2023. Disponível em: https://www.paho.org/pt/noticias/9-6-2023-saude-mental-deve-estar-no-topo-da-agenda-politica-pos-covid-19-diz-relatorio-da

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Plano de Ação de Saúde Mental 2013-2020. Genebra: Organização Mundial da Saúde. 2013.

Organização Mundial da Saúde. Plano de Ação Abrangente para a Saúde Mental 2013-2030. Genebra: Organização Mundial da Saúde. 2021.

KEHINDE, Segun. The Loneliness Epidemic: Exploring Its Impact on Mental Health and Social Well-Being in Modern Society. Qeios, CC-BY 4.0. 2024.

RANDALL, Clive A. Mental Health in the Workplace: Strategies for Promoting Employee Well-Being. Global International Journal of Innovative Research, v. 1, n. 1, p. 23-30, 2023.

ELUFIOYE, O. A. et al. Reviewing employee well-being and mental health initiatives in contemporary HR Practices. International Journal of Science and Research Archive, v. 11, n. 1, p. 828-840, 2024.

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