DOENÇAS E CONDIÇÕES ASSOCIADAS À DEFICIÊNCIA DE Α-1 ANTITRIPSINA

DOENÇAS E CONDIÇÕES ASSOCIADAS À DEFICIÊNCIA DE Α-1 ANTITRIPSINA

A α-1 Antitripsina (AAT) é uma glicoproteína vital produzida principalmente no fígado, fundamental para proteger os tecidos contra enzimas proteolíticas. Sua deficiência está associada a doenças pulmonares e hepáticas graves.

 A AAT é conhecida por inibir a elastase, uma enzima que pode causar danos aos tecidos, especialmente nos pulmões, levando ao enfisema pulmonar, uma forma de DPOC.  É primariamente produzida por hepatócitos e monócitos, mas também por macrófagos alveolares e células epiteliais. Sua quantidade e funcionalidade são determinadas pela expressão codominante dos alelos parentais. Existem mais de 90 alelos diferentes identificados pelo fenótipo do inibidor de protease (PI*). 

A deficiência de AAT (DAAT) é hereditária e resulta de alelos deficientes, como PiS e PiZ, que codificam proteínas anormais. Essas proteínas polimerizam no fígado, levando à retenção de AAT dentro dos hepatócitos. Isso resulta na perda da atividade anti-inflamatória e anti-proteolítica, contribuindo para a degradação proteica e inflamação exacerbada, aumentando o risco de desenvolvimento de DPOC, especialmente enfisema, especialmente em fumantes.

A DAAT é uma condição rara e frequentemente subdiagnosticada, com diagnóstico geralmente ocorrendo tardiamente, em média aos 45 anos. Estima-se que 85% dos potenciais pacientes não tenham sido diagnosticados. Isso sugere uma baixa adesão às recomendações da Organização Mundial da Saúde e das sociedades médicas, que recomendam testes para deficiência em pacientes com DPOC ou obstrução persistente das vias aéreas.

A falta de conhecimento sobre a doença, os testes diagnósticos disponíveis e o algoritmo para confirmar o diagnóstico são razões potenciais para o subdiagnóstico. A dosagem da AAT é comumente realizada por métodos laboratoriais como imunodifusão radial, nefelometria e cromatografia líquida de alta eficiência. A medição dos níveis de AAT no soro ou plasma é crucial para o diagnóstico e monitoramento da deficiência, especialmente em pacientes com DPOC de início precoce ou sem fatores de risco conhecidos. 

Variantes genéticas da alfa-1 antitripsina podem causar sua polimerização e retenção nos hepatócitos, resultando em icterícia colestática neonatal em 10 a 20% dos casos. Aproximadamente 20% dos pacientes com comprometimento hepático neonatal desenvolvem cirrose na infância, enquanto cerca de 10% das crianças sem hepatopatia desenvolvem cirrose na idade adulta, aumentando o risco de câncer de fígado. Nos pulmões, a deficiência de alfa-1 antitripsina aumenta a atividade da elastase neutrofílica, facilitando a destruição tecidual e levando ao enfisema, especialmente em fumantes. Estima-se que 1 a 2% dos casos de DPOC sejam causados por deficiência de alfa-1 antitripsina, sendo o enfisema precoce uma característica comum. Os sintomas pulmonares geralmente aparecem mais cedo em fumantes do que em não fumantes, mas raramente antes dos 25 anos. Alguns pacientes com bronquiectasia também apresentam deficiência de AAT. Além disso, variantes da AAT podem estar associadas a diversas condições em outros tecidos, como paniculite, hemorragia grave, aneurismas, colite ulcerativa, vasculite ANCA-positiva e doença glomerular.

DOENÇAS E CONDIÇÕES ASSOCIADAS À DEFICIÊNCIA DE Α-1 ANTITRIPSINA:

Avanços na compreensão dos mecanismos moleculares subjacentes à deficiência de AAT estão abrindo novas oportunidades para o desenvolvimento de tratamentos direcionados. Terapias de reposição de AAT e terapias genéticas emergentes oferecem esperança para melhorar os resultados clínicos e a qualidade de vida dos pacientes com deficiência de AAT.

A dosagem da α-1 Antitripsina desempenha um papel fundamental na identificação e manejo de pacientes com DAAT e a compreensão aprofundada de sua importância clínica e das condições associadas à sua deficiência é essencial para fornecer cuidados de saúde eficazes e personalizados aos pacientes afetados.

 

Referências:

WISE. Robert, A. Deficiência de alfa-1 antitripsina. MSD Manuals. 2022. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/disturbios-pulmonares/doenca-pulmonar-obstrutiva-cronica-e-doencas-relacionadas/deficiencia-de-alfa-1-antitripsina>. 

GODOY, Irma. Diagnóstico de deficiência de alfa-1 antitripsina: traz benefícios para a prevenção ou evolução do paciente com DPOC?. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 42, p. 307-308, 2016.

CAMELIER, Aquiles A. et al. Deficiência de alfa-1 antitripsina: diagnóstico e tratamento. Jornal brasileiro de pneumologia, v. 34, p. 514-527, 2008.

NETO, Luiza Érika Schmid Melo et al. Aspectos pulmonares na deficiência de alfa-1-antitripsina. Revista Portuguesa de Pneumologia, v. 10, n. 2, p. 145-154, 2004.

Laurell CB, Eriksson S. The electrophoretic α1-globulin pattern of serum in α1-antitrypsin deficiency. Scandinavian Journal of Clinical and Laboratory Investigation. 1963;15(2):132-40.

Stoller JK, Aboussouan LS. Alpha1-antitrypsin deficiency. The Lancet. 2005;365(9478):2225-36.

Silverman EK, Sandhaus RA. Clinical practice. Alpha1-antitrypsin deficiency. The New England Journal of Medicine. 2009;360(26):2749-57.

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