NT-PROBNP: IMPORTANTE BIOMARCADOR NO DIAGNÓSTICO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
NT-PROBNP: IMPORTANTE BIOMARCADOR NO DIAGNÓSTICO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
A insuficiência cardíaca (IC) é uma condição reconhecida como limitante e com um prognóstico desfavorável, especialmente em estágios avançados, quando os pacientes apresentam uma sobrevida reduzida e uma taxa de mortalidade superior a 50% no primeiro ano de acompanhamento. É de extrema importância identificar precocemente os pacientes que têm maior probabilidade de piorar ou falecer prematuramente, pois isso possibilitaria intervenções para tentar modificar o curso natural da doença.
O NT-ProBNP (N-terminal pro-B-type natriuretic peptide) é produzido predominantemente pelos miócitos cardíacos ventriculares e é liberado em resposta ao estresse do miocárdio e pressão do enchimento ventricular, estando envolvido na manutenção da homeostase do volume intravascular. Após a estimulação das células do músculo cardíaco, os peptídeos natriuréticos são produzidos como prohormônios (proBNP) e este é clivado em dois fragmentos que são secretados na corrente sanguínea na forma do BNP ativo de 32 aminoácidos e do fragmento N‐terminal de 76 aminoácidos chamado NT‐proBNP. Ele é um biomarcador importante na avaliação de doenças cardiovasculares, particularmente na insuficiência cardíaca. A dosagem de NT-proBNP tem sido amplamente utilizada na prática clínica devido à sua sensibilidade e especificidade para o diagnóstico, prognóstico e monitoramento de pacientes com IC.
A escolha da fração NT do pró-peptídeo BNP em detrimento do BNP completo ocorre por diversas razões. Primeiramente, o NT-proBNP é mais estável do que o BNP completo. Enquanto o BNP é rapidamente degradado pelas enzimas proteolíticas, o NT-proBNP é mais resistente a essa degradação, permitindo que seja detectado em concentrações mais altas e por um período de tempo mais longo no sangue. Os estudos que compararam as dosagens mostraram que os valores do NT-proBNP em pg/ml seja cerca de 8 vezes mais elevados do que os do BNP.
Além disso, a meia-vida plasmática do NT-proBNP é significativamente maior do que a do BNP. Estudos demonstraram que a meia-vida do NT-proBNP varia de aproximadamente 60 a 120 minutos, enquanto a do BNP é de apenas 20 minutos. Essa maior estabilidade e tempo de vida útil prolongado permitem uma janela maior para a dosagem clínica do NT-proBNP, tornando-o um biomarcador mais confiável para o diagnóstico e monitoramento da IC.
A dosagem de NT-proBNP desempenha um papel crucial na prática clínica. Ela é utilizada no diagnóstico diferencial de dispneia, auxiliando na distinção entre causas cardíacas e não cardíacas. Valores elevados de NT-proBNP são altamente indicativos de IC, enquanto níveis baixos ajudam a descartar esse diagnóstico. Além disso, a dosagem de NT-proBNP tem um papel importante na estratificação de risco e prognóstico em pacientes com IC. Concentrações mais elevadas estão associadas a um pior prognóstico e maior risco de eventos cardiovasculares adversos, como hospitalizações e mortalidade.
Portanto, as dosagens de NT-proBNP no sangue humano são úteis não apenas para o diagnóstico da doença cardíaca, mas também para a avaliação de pacientes com suspeita de IC, além da avaliação da gravidade da doença.
ICHROMA NT-PROBNP E AFIAS NT-PROBNP
ichroma NT-proBNP e AFIAS NT-proBNP são imunoensaios de fluorescência (FIA) para a determinação quantitativa de NT‐proBNP em sangue total, soro ou plasma e com uma faixa de medição de 0-30,000 pg/mL e apresenta resultados em apenas 12 minutos. É útil como auxílio no diagnóstico de pessoas com suspeita de insuficiência cardíaca congestiva, ajudando a diagnosticar doenças cardíacas e avaliando o nível de gravidade.
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