FERTILIDADE: A RELAÇÃO E INFLUÊNCIA DA DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D E DO HORMÔNIO ANTI-MULLERIANO (AMH)

FERTILIDADE: A RELAÇÃO E INFLUÊNCIA DA DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D E DO HORMÔNIO ANTI-MULLERIANO (AMH)

A vitamina D é uma substância sintetizada pelo organismo humano nas camadas inferiores da pele através de uma reação química desencadeada pela exposição ao sol, mais especificamente a radiação UVB. Além disso, ela também pode ser adquirida através da dieta e de suplementação, contudo apenas uma pequena parcela da Vitamina D total disponível no organismo é derivada da alimentação ou de suplementos. Toda a Vitamina D sintetizada na pele ou adquirida por ingestão é biologicamente inativa, e sua ativação ocorre em duas etapas, a primeira dessas no fígado e a segunda nos rins.

A vitamina D é um hormônio esteroide e ela produz diversos efeitos metabólicos em vários locais do corpo, possuindo funções regulatórias vitais, como no metabolismo do cálcio e na homeostase.

Em várias regiões do mundo, a deficiência de vitamina D já é considerada um grande problema de saúde, estando associada a distúrbios autoimunes, dor crônica, câncer, distúrbios vasculares, neurológicos, entre outros.

Estudos recentes vêm buscando entender a relação da vitamina D com mulheres em idade fértil, já aparentam existir ligações intrínsecas entre os níveis da vitamina e o processo de fertilidade. Contudo, ainda há escassez de pesquisas publicadas enfatizando a sua importância.

O papel da vitamina D na reprodutibilidade pode ser destacado pela expressão do seu receptor VDR e enzimas que a metabolizam nas células epiteliais glandulares do endométrio, células granulosas, células epiteliais de Falópio e células do ovário.

Dessa forma, estudos em modelos animais verificaram que a deficiência de vitamina D está associada à função ovariana prejudicada e por conseguinte, a diminuição da fertilidade.

VITAMINA D E O HORMÔNIO ANTI MULLERIANO

                O hormônio Anti Mulleriano (AMH) é uma glicoproteína dimérica membro da família do TGF-beta de crescimento e de fatores de diferenciação e possuí uma importante função na folículogênese. Sua secreção no organismo feminino começa quando ocorre o recrutamento dos folículos saindo de um estágio inicial para se tornarem folículos primários. O AMH também é um importante biomarcador do declínio da reserva ovariana, pois o ovário envelhecido libera quantidades de hormônios, como o AMH.

                Quando as mulheres nascem, elas já têm a quantidade de óvulos disponíveis por toda sua vida reprodutiva e a cada ciclo menstrual, vários folículos vão sendo perdidos e os que se mantém sofrem o processo de envelhecimento. Assim a reserva ovariana representa a quantidade de folículos presentes nos ovários. Dessa forma, a baixa taxa da reserva ovariana limita o tempo de vida fértil da mulher e diversos fatores podem influenciá-la como endometriose, menopausa precoce, tratamentos oncológicos, fatores nutricionais, entre outros.

                Atualmente, alguns estudos europeus já confirmaram que a vitamina D pode ser um regulador positivo da produção de AMH e pacientes que tem uma boa taxa de vitamina D mantém sua reserva ovariana por mais tempo, visto que o AMH inibe a transição folicular  através de receptores AMH tipo II (AMHR2) muito específicos e por conta disso, níveis maiores desse hormônio podem ser responsáveis por suprimir a maturação folicular. Então, nesse caso, o papel da vitamina D é inibir o AMHR2, tornando a maturação do folículo facilitada.

                Contudo, apesar de atualmente diversos estudos estarem sendo realizados nesse campo, novos estudos mais específicos e evidências diretas do status de associação da vitamina D com a Fertilidade ainda são necessárias apesar de já ter sido visto que sua baixa concentração pode estar correlacionada com várias patologias do sistema reprodutor feminina, estando por fim intrinsecamente ligada a infertilidade.

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Referências bibliográficas:

DA SILVA, Davi Candido Barbosa et al. Evidências da influência da vitamina D com a fertilidade feminina: uma revisão sistemática. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 12, n. 12, p. e4878-e4878, 2020. Disponível em: <https://doi.org/10.25248/reas.e4878.2020>

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Disponível em: <https://pdf.blucher.com.br/medicalproceedings/comusc2021/03.pdf>

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