FATORES DETERMINANTES DA SAZONALIDADE E RECRUDESCIMENTO ANUAL DAS EPIDEMIAS DE DENGUE

FATORES DETERMINANTES DA SAZONALIDADE E RECRUDESCIMENTO ANUAL DAS EPIDEMIAS DE DENGUE

A dengue é uma doença viral transmitida principalmente pelo mosquito Aedes aegypti, cuja incidência apresenta um padrão sazonal e recrudescente anual em diversas regiões tropicais e tsubtropicais. A compreensão dos fatores determinantes dessa sazonalidade e do aumento periódico dos casos é essencial para o desenvolvimento de estratégias eficazes de prevenção e controle.

Um dos principais fatores que influenciam a sazonalidade da dengue são as condições climáticas. Temperaturas elevadas e altos índices de precipitação criam ambientes propícios para a proliferação do mosquito, uma vez que o calor acelera o ciclo de vida do mosquito e a água acumulada serve como criadouro para suas larvas.

Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado um aumento significativo nos casos de dengue, com variações anuais que refletem a complexidade da doença. Em 2023, foram registrados mais de 1,4 milhão de casos prováveis de dengue, um aumento em relação aos anos anteriores. Esse crescimento é atribuído a diversos fatores, incluindo condições climáticas favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti e a circulação de diferentes sorotipos do vírus.

Além dos fatores climáticos, aspectos socioambientais desempenham um papel crucial na dinâmica da transmissão da dengue. A urbanização acelerada e desordenada, aliada a deficiências no saneamento básico, contribui para a criação de ambientes favoráveis à reprodução do mosquito. Depósitos de água em domicílios e áreas públicas, como caixas d’água destampadas, pneus e recipientes descartados, tornam-se locais ideais para a oviposição do Aedes aegypti.

A interação entre fatores climáticos e socioambientais resulta em um padrão de epidemias sazonais, com picos de incidência que podem variar em magnitude a cada ano. Estudos indicam que, além das condições ambientais, a circulação de diferentes sorotipos do vírus da dengue influencia a severidade das epidemias. A introdução de um novo sorotipo em uma população previamente exposta a outro pode levar a um aumento significativo no número de casos e na gravidade das manifestações clínicas.

A compreensão desses fatores é fundamental para a formulação de políticas públicas eficazes. Medidas como o monitoramento climático, o controle de criadouros e a educação da população sobre práticas preventivas são essenciais para mitigar os efeitos da sazonalidade e do recrudescimento anual das epidemias de dengue. Além disso, a implementação de ações intersetoriais que visem à melhoria do saneamento básico e ao planejamento urbano pode contribuir para a redução dos fatores determinantes da infestação pelo mosquito.

A implementação de métodos diagnósticos precisos e rápidos é fundamental para o manejo clínico eficaz da dengue. A detecção precoce do antígeno NS1 e dos anticorpos IgM e IgG permite não apenas a confirmação diagnóstica, mas também o monitoramento da progressão da doença, auxiliando na identificação de casos que possam evoluir para formas mais graves. Estudos indicam que exames laboratoriais básicos, como hemograma completo, função hepática e testes de coagulação, são essenciais no acompanhamento clínico da dengue, destacando a relevância do papel do analista clínico na interpretação desses resultados.

A busca por soluções integradas e contínuas é indispensável para enfrentar os desafios impostos pela dengue. Apenas por meio da união entre ciência, políticas públicas eficazes e a participação ativa da sociedade será possível minimizar os impactos dessa doença, quebrando o ciclo de epidemias sazonais e protegendo a saúde coletiva de forma sustentável.

Referências

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SÃO PAULO. Secretaria Municipal de Saúde. Notícia sobre a prevenção e controle da dengue.

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